01 de outubro, 2020
Você sabe qual o bocal correto ou recomendado na soldagem TIG? Então, vamos juntos conferir isso agora!
A escolha do bocal da tocha no processo TIG é de fundamental importância. Por esta razão existem diversas dimensões e formatos, incluindo alguns especiais, como o gás Lens.
O Bocal pode ser fabricado com três tipos de materiais diferentes:
- Primeiro: cerâmica, a base de Alumina e coloração rosa
- Segundo: lava, material de origem vulcânica de cor cinza ou amarelada
- Terceiro: pyrex, feito de Vidro Temperado e transparente

O bocal mais utilizado é o de cerâmica, devido a seu baixo custo e à sua resistência a altas temperaturas. Quando usado com Gás Lens, apresenta um desempenho ainda melhor, pois reduz a turbulência do gás e por usar menor vazão economiza gás. Além disso, o Tungstênio pode ficar mais para fora do bocal devido a melhor proteção deste tipo de aplicação.
O bocal de lava tem custo elevado e é pouco utilizado. Apesar de suportar elevado calor do arco, é quebradiço e não tem muitas opções de dimensões. Isso dificulta o acesso à certos tipos de chanfro.
O bocal de pyrex pode usar Gás Lens, mas também tem custo elevado. Opera em mais baixas correntes e permite melhor visibilidade do eletrodo e da poça de fusão, mas é facilmente contaminado pelos vapores da solda.
A função do bocal é possibilitar a proteção da poça de fusão e do eletrodo, mantendo um fluxo do gás com mínimo de turbulência. Os do tipo Gás Lens são os mais apropriados para este fim.
A escolha do bocal é feita pelos seguintes motivos:
- Primeiro motivo: melhor cobertura e proteção pelo gás da poça de fusão;
- Segundo motivo: melhor proteção do eletrodo de Tungstênio;
- Terceiro motivo: melhor acesso à junta ou chanfro da solda a ser feita;
- Quarto motivo: tipo de metal a ser soldado. Por exemplo: inox, alumínio, titânio...;
- Quinto motivo: necessidade de melhor proteção da poça de fusão, acesso à junta e maior visibilidade do Tungstênio – que são benefícios do Gás Lens;
- Sexto motivo: soldador utiliza o bocal como um apoio na técnica de soldagem chamada “Bocal Colado”.
Uma dúvida comum é em relação ao diâmetro ou dimensões do bocal a ser usado, pois não existe uma norma ou especificação que defina o ideal. Alguns bocais são do tipo cilíndrico ou tubular, outros possuem uma redução do diâmetro na extremidade para se adequar ao chanfro, junta ou à aplicação, ficando a critério do soldador a escolha final.

Por ser um consumível de baixo custo, o ideal é adquirir alguns bocais com diferentes dimensões para definir o que melhor se adequa ao trabalho. Para os soldadores que soldam utilizando a técnica de Bocal Colado, os diâmetros maiores facilitam a operação, pois reduzem o movimento com o punho e braço, o que gera maior conforto ao soldador.
Alguns soldadores sugerem definir o diâmetro interno do bocal conforme o diâmetro do eletrodo de Tungstênio a ser utilizado. O diâmetro interno do bocal deve ser igual a pelo menos 3x o diâmetro do eletrodo de Tungstênio. Por exemplo: para um eletrodo de 2 milímetros, utilize um bocal com diâmetro interno de no mínimo 6 milímetros.
Para descobrir o diâmetro interno do bocal, pode-se utilizar como referência o número marcado no próprio bocal. O número refere-se ao numerador de polegada fracionária. Por exemplo: usando o bocal de número 6, divida este número por 16 e multiplique por 25,4. Temos então 6 dividido por 16, igual a 0,375, que multiplicado por 25,4 é igual a 9,5 milímetros.
Transformando os números de bocais mais utilizados teremos, então: Bocal 4 com 6,5 milímetros, bocal 5 com 8 milímetros, bocal 6 com 9,5 milímetros, bocal 7 com 11 milímetros, bocal 8 com 12,5 milímetros e bocal 10 com 16 milímetros.
Recomenda-se trocar o bocal regularmente, em especial quando estiverem trincados ou quebrados. Os utilizados em solda de alumínio ficam contaminados rapidamente e devem ser substituídos. Guarde o bocal, sempre em local seco.